sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Eu Voltei!


 Em geral não ligo muito pra nomes dos episódios de Survivor. Pra mim importante é o episódio. Mas acho que poucas vezes o espírito de um episódio foi tão bem sintetizado num título como esse: "This Isn't a We Game", ou em bom português, "Este Não é Um Jogo de Nós". Acho que dá pra dizer que de certa forma, podemos ver a volta de um jogo mais individual em Survivor. Como disse o Edu aí na comunidade, acabou a Família Coach, a Família Rob, a Família Kim, ou seja, pessoas jogando por um líder, pelo menos nessa temporada. Nesse episódio vimos as pessoas em alianças, mas seguindo os seus próprios interesses.
  Tenho de dizer que apesar de não ter sido um episódio perfeito, foi o que eu mais gostei da temporada até agora. Vimos um pouco mais de Tandang e Kalabaw, Carter e Artis falando (sim!), entendemos um pouco melhor a dinâmica das outras tribos além da fracassada Matsing. Sim, tivemos falhas, como os outros integrantes da Kalabaw sem ser Jeff e Penner muito mal mostrados. Mas tivemos um bom raio-x da Tandang, no qual agora é possível tecer um comentário mais embasado sobre a situação da tribo amarela. Há outros aspectos da edição que ainda acho que são falhos, mas isso fica para o meu post especial sobre a edição (Aguardem, porque esse vai sair mesmo!!!). No geral, dentro da proposta de edição mais voltada pra estratégia, foi um bom episódio.
  Começando pela tribo derrotada, a Matsing segue o seu calvário. Perdeu mais uma vez de forma dramática, por pouco. Porém, foram muito prejudicados pelos desempenhos de Angie e Russell, ambos indo muito mal na parte submersa do desafio. Malcolm e Denise formaram um time de dois e mantiveram o time azul na disputa até o fim. Logo após o Desafio, começou a disputa entre Angie e Russell. Enquanto Angie se valeu de sua beleza e o jogo de sedução para cima de Malcolm, Russell... bem... Russell não fez nada de relevante. Mais uma vez de forma inexplicável não procurou o Ídolo. E bem ou mal, você espera muito mais de um cara como Russell, que é forte e experiente no jogo, do que de uma menina de 20 anos, por mais forte e peituda que seja. Os discursos de Malcolm e Denise indicavam uma saída de Swan. Porém, veio o Conselho Tribal e acho que a partir daí a coisa mudou. Primeiro com a fala de Malcolm, de coração partido (foi essa a expressão usada por ele) pelas derrotas e que Angie e Swan foram muito mal na prova. Depois veio o momento fatal, onde a experiência de Swan como Survivor e de vida fez a diferença. Angie se defendeu dizendo que deu o máximo e que Russell havia desistido no meio do desafio. Swan retrucou dizendo que foi uma decisão estratégica e disse que tinha muito mais a oferecer em todos os aspectos. Aí Angie incorreu num erro fatal, perfeitamente normal para uma menina como ela, ao insistir no argumento de como ela era mais valiosa para a tribo, porém ressaltando erradamente a idade e que Swan não tinha a mesma força de vontade da loira. Daí veio a fala que salvou Russell: "Eu estive a ponto de morrer por esse jogo, garota!". A sequência é perfeita para mostrar isso, pois vemos Angie dizendo que se sacrificaria pelo jogo também e Denise e Malcolm com uma cara incrédula, duvidando da loira. Russell fez um grande movimento aqui e isso deve ser ressaltado. Mas ele se salvou em parte pelos seus próprios méritos ao fazer o seu melhor movimento no jogo, mas se aproveitou de um momento de fraqueza de Malcolm e Denise, que só pensaram na parte tribal do jogo. Foi visível que eles tomaram a decisão afetados pela série de derrotas da Matsing. Contrariando o tema central do episódio, Malcolm e Denise pensaram no time, e isso pode ser fatal para eles mais a frente por dois motivos: 1- Russell é um retornante e é um cara que os ameaça muito mais num Final 3 do que a inexperiente Angie (embora não seja lá grande coisa como jogador) e 2- Ele tem a pista do Ídolo. Se ele ainda quiser usar isso, pode ser uma ameaça para eles pois Swan pode mudar de aliança se quiser com uma poderosa ferramenta de negociação. Tudo bem que Swan não é nem um gênio (muito longe disso, aliás), mas acho que é um risco que não se deve correr nesse jogo. Porém ainda acho que a Matsing perderá o próximo desafio e aí Russell deve rodar, de forma merecida, pois tirando esse CT, vem fazendo um jogo péssimo. Mas Malcolm e Denise fizeram uma aposta que pode vir a cobrar o seu preço no futuro.
  A saída de Angie é uma pena. Eu não dava nada por ela, mas aqueles peitos, a tirada dos cookies e alguns depoimentos me deram a impressão de que ela era muito mais que um rosto bonito. Porém, é um bom nome para voltar num Second Chances. Acho que ela com alguma experiência de vida e de jogo, pode ir bem numa próxima vez.




  Acho que a salvação da Matsing se dá pelo seguinte fato: em Survivor All-Stars, a outra temporada com três tribos, a twist ocorreu no quinto episódio. Se perderem mais um desafio, a Matsing ainda terá duas pessoas sobrando. Ou teremos uma Fusão com 13, se não rolar a twist e a Matsing perder de novo no episódio 5. Acho difícil ter uma Fusão com 12, pois duvido que teremos um eventual CT com uma pessoa basicamente dando tchau pro Probst. De qualquer maneira, até lá uma twist ou Fusão, a Matsing vai bem fraca e isso evidencia ainda mais o erro estratégico de Malcolm/Denise.
  A grande protagonista desse episódio foi a Tandang. A briga entre RC e Abi-Maria ganhou ares ainda mais dramáticos, onde as duas discutiram na praia. Para Abi, aquilo foi a gota d'água e ela rompeu de vez com RC. Mas além disso, ela começou a procurar o Ídolo com Pete, que se revelou ser mais relevante do que mostrado nos dois primeiros episódios. E após pensar um bocado, achou. Uma boa jogada estratégica da brasileira, pois num Final 3 com RC ela correria sério risco. Acho que com Pete ela tem boas chances de ganhar, embora aqui neste caso a vitória da brasileira em cima do americano não fosse favas contadas. Falta um terceiro elemento, e aí a coisa pega. Lisa? Artis? Difícil, pois acho que são dois que podem ganhar votos de simpatia numa Final. Porém, não acho que Abi tomou essa decisão de forma estratégica e pensada. Ela tomou porque surtou com a companheira de tribo e pronto. Aí vem uma constatação pessoal: não gosto de Abi-Maria como PERSONAGEM NO JOGO. Não me simpatizei com ela em momento nenhum e acho que dificilmente vou me simpatizar. Mas ela traz um elemento que é importante em Survivor: a imprevisibilidade. Algumas das grandes temporadas do show possuem esse elemento presente de forma muito intensa, mesmo que seja representado por só uma pessoa, um grupo ou alguma situação de jogo (chuvas intensas, twists, falta de comida, etc.). Ela pode detonar uma aliança em questão de segundos, como ela fez nesse episódio. Não é nem um gênio, nem nada (assim como Swan, está muito longe disso), mas pode gerar instabilidades que tornam o jogo imprevisível. Daí vem a parte do erro e a minha decepção com RC, que em nenhum momento se esforçou para consertar isso. Se contentou em ficar irritada com Abi e reclamar com Skupin, quando em nenhum momento foi procurar o Ídolo sozinha ou fez uma contenção de danos com o pessoal. Ela está errando ao se isolar com Skupin e vice-versa.
  Quem de fato eu gostei foi Pete. Primeiro ao aparecer como um jogador. Depois ao fazer uma aliança secreta com Lisa, uma excluída em potencial da tribo. Ela finalmente parou de chorar e começou a jogar. Ótimo. A ideia dele é eliminar Skupin para tomar o poder na tribo. Depois vemos um confessionário com Artis (falando num confessionário, finalmente) insatisfeito com Skupin. Acho bem provável que ele queira estar fazendo isso mais pra aparecer e derrubar um retornante logo de cara, mas como ele não teve tanto airtime como Abi para avaliá-lo, vou dar o benefício da dúvida para ele. Independentemente de suas intenções, foi legal ver pessoas jogando com as suas próprias agendas nessa tribo. O que me deixa mais curioso para vê-los no CT. E Skupin, minha torcida, precisa tomar cuidado e mais do que nunca, entender essa tribo para que ele não seja o eliminado. Se isolar junto com RC pode ser o ato que o derrubará no jogo.
  Na Kalabaw, vimos a dupla Jeff/Penner tomar o protagonismo de forma total. Penner contou a Jeff que tinha achado o Ídolo e propôs uma aliança com o ex-jogador de baseball. Jeff, que já estava totalmente voltado a ideia de eliminar Penner, resolveu reconsiderar. Ponto para Penner, que passou a de fato começar a jogar com os outros. Mas achei interessante o fato de Jeff mudar de posição pensando em seus próprios interesses. A frase título do episódio foi proferida por ele. Aliás, não entendo esse ódio da comunidade por ele... Mas enfim, ou gosto de Jeff.  Uma coisa que eu gostei dele foi a reação ao descobrir que Penner já tinha o Ídolo. Ele podia chiar, reclamar o quão fdp Jonathan é por pegar um Ídolo (né seu Colby? Ou seu Rupert?). Ao invés disso, ele reconheceu a boa jogada de Penner e seu próprio erro. Ele não é um alpha male arrogante e idiota. A aliança entre Jeff e Penner me lembra a clássica história do escorpião e do sapo (breve resumo pra quem não conhece aqui), onde pode-se dizer que Penner é o escorpião e Jeff é o sapo. Isso fica bem claro na cena em que ele mostra que foi um aperto de mão com quatro dedos, ou seja, não foi um aperto de mão 100% verdadeiro. É uma relação de confiança, que vai até certo ponto. Como ouvi no podcast do Cesternino nessa semana, Penner surpreendeu ao se aliar com a pessoa mais inusitada, ou seja, o alpha male da tribo, ao invés de dar uma de Russell Hantz, se aliando com as mulheres mais burras e indefesas da Kalabaw. Acho uma aliança arriscada, mas que pode dar certo, se Penner conseguir controlar Jeff, o que é uma missão hercúlea. Por outro lado, se Penner conseguir, pode até ter um bom adversário ao milhão pois Kent é um jogador de baseball famoso e por conseguinte, um bom adversário ao prêmio.
  Mas gostaria de ver mais Kalabaw. Pouco vemos dos outros quatro integrantes da tribo. Apenas quando todos se deram conta que Penner já tinha o Ídolo porque a alça do pote de arroz havia sumido, Carter abriu a boca para dizer que a alça poderia ser o Ídolo e que o veterano devia ser eliminado. Desde a entrevista pré-jogo com Dalton Ross, Carter sempre me deu a impressão de estar eternamente doidão. Mas Sarah Dawson, Dana e Katie continuam ignoradas pela edição. Ainda acredito em Sarah pois gostei dela no primeiro episódio, mas as outras duas não me passam nada de interessante. A Kalabaw ainda precisa ser mais detalhada pela edição.
  Enfim, gostei do episódio por achar que ele mostrou bem melhor a dinâmica das tribos, mas ainda há muito o que melhorar. Acho que essa temporada tem potencial para ser boa, mas precisamos ver as outras tribos em perigo, indo a um CT. Vou torcer pela Matsing, mas acho pouco provável que eles ganhem esse desafio. Acho que teremos de esperar até um episódio 5 ou 6 para vermos alguma mudança no jogo.

Comentários aleatórios:

- SPOILERS DE UMA TEMPORADA ANTERIOR (Não vou botar o nome, pois eu acho que todos que viram vão sacar que temporada eu vou falar. Mas quem não viu pode acabar tendo a sua experiência estragada. Então pessoal, se você não entendeu qual temporada estamos falando, NÃO LEIAM O TRECHO EM BRANCO DEPOIS DO TRAÇO) - De fato a Matsing está tendo uma edição Ulong. A equipe derrotada o tempo todo, o pessoal frustrado, Malcolm e Denise sendo Bobby Jon e Stephenie da vez... Só faltou Angie (olha aí, uma Angie em Palau também, que coincidência) berrando que a Ulong não vai voltar ao CT. O ótimo desafio de Imunidade teve uma versão semelhante em Palau também. A parte em que Skupin sangra me lembrou Bobby Jon em um desafio, pulando e caindo em algum lugar e tomando uma porrada no peito, sangrando pelo time. Até o cenário do Desafio me lembrou um pouco Palau também. Mas não acho que teremos uma Stephenie, ou seja, uma sobrevivente da tribo junto com os outros 12 restantes do jogo.
- E Skupin mais uma vez sangrando? A Eu ouvi uma piada no podcast do Cesternino que é ótima: será que ele sobrevive até o Conselho Tribal da Tandang. E a edição deve estar se amarrando, vide a piadinha de Pete no primeiro episódio, a série de contusões, todo mundo tratando ele como uma porcelana na tribo e Artis puto com ele porque ele quebrou o óculos. "Ele não botou o óculos do jeito que eu falei, por isso ele quebrou!". Esse é um dos melhores subplots da temporada. Aguardando os próximos capítulos.
- Temos de elogiar a produção quando ela merece. A sacada de botar o Ídolo como alça do pote de arroz foi muito boa. Gera um conflito imediato e força com que a pessoa com o Ídolo se revele. Ao mesmo tempo que não está num lugar óbvio. Boa iniciativa.

Comentário sobre o TAR 21:

  Confesso que estava mais empolgado para a estreia do TAR. Depois do sensacional TAR 20, o nível de expectativa estava lá em cima. Gostei apenas do casal Monstertrucks velho. Acho que a dupla Gary/Will tem potencial, mas não me empolgou. A vitória do casal de divorciados foi justa porque não dá pra ser bonzinho principalmente numa disputa de primeiro lugar numa leg, e ainda mais numa etapa que vale 1 milhão de dólares, de acordo com a nova twist do TAR, onde a dupla que vencer a primeira e a última etapa ganham 2 milhões de dólares. Os eliminados (um casal mais velho) fizeram por merecer a eliminação, pois se enrolaram na hora de localizar o lugar com o ábaco e mesmo na praça demoraram um tempo para acharem a pista. Gostei das provas. Duplo Bloqueio com o ping-pong e comer as trompas de Falópio foi legal. Mas o que mais complicou a vida da galera foi o maldito ábaco. Quase todo mundo se enrolou pra achar a mulher com o ábaco. Enfim, não gostei muito do episódio, mas tenho fé que pode melhorar.  

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