sábado, 30 de março de 2013

O que Survivor pode aprender com o The Amazing Race

E no placar dos Emmys: TAR 9, Survivor 0.
  Nesta semana quero tentar uma experiência, falar de um tema batido de forma diferente. O episódio dessa semana foi bem fraquinho e acho que vou acabar me repetindo com algumas coisas que eu já falei no orkut e em posts aqui do blog sobre essa temporada de Survivor. Já apontei alguns dos problemas que eu venho observando nas temporadas atuais (pós-RI, exceto Philippines) e agora lanço a pergunta: o que Survivor pode aprender com o seu irmão de emissora, The Amazing Race? O que o programa comandado por Jeff Probst pode usar de modelo a partir do show comandado por Jerry Bruckheimer (um dos caras principais por trás de CSI), Elise Doganieri e outros? 
  Pra começo de conversa, essa pergunta parece ser descabida. Consultando a velha fonte dos ignorantes como eu, a Wikipédia, vi que Survivor até hoje nunca foi batido pelo TAR na audiência. Enquanto o TAR no máximo atingiu 13,05 milhões de espectadores em média em sua sétima edição (curiosamente uma na qual dois ex-Survivors foram as grandes estrelas da temporada), Survivor já chegou ao extraordinário número de 29,80 milhões de espectadores em sua segunda edição. Como Jerri e Tina já disseram em alguns podcasts que eu ouvi, The Australian Outback bateu Friends na audiência e foi o show número 1 nos EUA no início dos anos 2000. Comparando os dois índices das duas últimas temporadas não All-Stars, Samoa atingiu um público médio de 12,34 milhões de espectadores contra 11,13 milhões do TAR 19 (que também curiosamente contou com um casal de Survivors). 
  Nas premiações, porém, o TAR ganha em relação ao Survivor. No Emmy, The Amazing Race faturou 13 prêmios (desses 9 como o melhor programa) contra apenas oito vencidos por Survivor (curiosamente quatro dos últimos cinco prêmios ganhos no período de 2008 a 2012 foram faturados por Jeff Probst). Dado entre parênteses curioso, mostrando o quão Jeff Probst virou a grande estrela do show em detrimento dos participantes para os especialistas da academia. Da mesma forma que para os mesmos especialistas, o TAR é um programa de boa qualidade, possuindo um conteúdo superior a todos os reality shows.
  Minha pretensão aqui com esta coluna, esclarecendo desde já, não é fazer comparações entre Survivor e The Amazing Race. Acho que são dois realities com propostas diferentes e igualmente bons em suas execuções. Acho que o Amazing Race é a melhor ideia já pensada para o reality show, mas não o acho necessariamente melhor que o Survivor. Tem coisas que eu amo no TAR (a ideia de uma gincana ao redor do mundo) e tem coisas que eu gosto em Survivor (a interação social entre diversas personalidades). Porém eu observo algumas coisas do TAR que me fazem pensar que poderiam ser adotadas em Survivor. Não é a toa que ele é um programa bem aceito pela crítica. E parando pra pensar, fazendo um balanço geral, as últimas seis temporadas do TAR foram melhores que as últimas seis de Survivor (pra mim). Listo aqui, então, o que a produção executiva de Survivor poderia aprender o The Amazing Race:

1 - Respeite mais as suas tradições: Quando digo isso, é saber equilibrar os aspectos de modernidade do seu programa com os aspectos antigos. É manter coisas que deram certo ao longo dos anos, mas também acrescentar boas novidades. E na maior parte das temporadas, o TAR soube fazer isso melhor que Survivor. Até hoje o TAR tem a sua abertura mostrando o nome dos participantes, por exemplo, ao passo que Survivor não exibe a abertura completa sempre, infelizmente. É também fazer boas twists que não interfiram profundamente na essência do programa. Sim, o TAR fez isso uma vez (com o infeliz TAR 8), mas a insistência de Survivor com RI's, Medalhões do Poder, retornantes, Hantzs...
2 - Não deixe o seu apresentador virar dono do programa: Sim, Phil pode não ter levado tantos prêmios quanto Probst (nenhum individual na verdade), mas ele não interfere decisivamente no jogo. Ele até pode conversar com os produtores executivos, mas vemos que no TAR Phil é só um bom apresentador, ao contrário de Probst, que me parece que a cada edição vem acumulando mais e mais poder. O recado claro que a crítica vem dando a Survivor é: seu apresentador vem aparecendo mais que o programa nos últimos anos. Survivor precisa voltar a ser protagonista.
3 - Faça uma edição bem distribuída: Nisso, na minha opinião, o TAR dá uma surra de cinta em Survivor atualmente. Sim, é claro que a produção tem os seus favoritos (Dave e Connor nessa temporada, até encheram um pouco o saco). Mas dentro da proposta do programa, nós entendemos perfeitamente quem é quem no show e o porquê de cada time ter o desempenho que tem.
4 - Mesmo chamando subcelebridades para o seu reality show, tenha cuidado com a seleção de seu elenco: Sim, Survivor fez isso bem em Philippines (Lisa e Jeff Kent não comprometeram a temporada). Mas nas outras temporadas com sobrinho de Russell, treinadores e ex-jogadores de futebol americano, dentre outros, a coisa não foi bem. O TAR também chama subcelebridades (ex-Survivors e BB´s, malas que fazem sucesso no Youtube, etc.), mas as mesmas não comprometem por que a seleção das duplas dentro dos padrões arquetípicos do programa ao redor dessas estrelas é mais bem feita. A integração das pessoas comuns com as estrelas é mais competente em parte pela qualidade dos participantes e também em parte pela boa edição. No TAR 20, por exemplo, Mike e Bopper foram tão importantes quanto Brandon e Rachel (ex-BB's).
5 - Não desgaste as suas estrelas: Sabem quantas temporadas Survivor teve com retornantes? Sete. E com 22 temporadas, o TAR só teve duas temporadas com retornantes! E detalhe: não houve mistura com novatos! E não tivemos duplas que voltaram mais de duas vezes. O TAR não desgasta as suas estrelas de forma desnecessária. Sim, adoraria ver duplas como Ken e Gerard (TAR 3), Frank e Marguerita (TAR 1), Azaria e Handekea (TAR 12), dentre outras, mas eles não voltam todas as temporadas. Quando o TAR tiver uma temporada com retornantes, ela vai ser especial, como foram as duas que aconteceram até hoje. O TAR entende que não é preciso só ter retornantes ou subcelebridades para salvar a sua audiência, e sim também um bom show. 

  Eu não acho o TAR perfeito. Não gostei da última temporada e acho que o TAR vem tendo os seus problemas, mas isso é tema pra outro post. Mas acho que com essas simples cinco dicas Survivor poderia virar um show bem melhor e mais interessante. Espero que a temporada anterior seja a referência de como Survivor deve ser daqui pra frente. Tenho medo que a recepção do público pós-Fusão possa iludir os produtores e que todos esqueçam que metade da temporada atual de Survivor, com alguns poucos bons momentos, foi jogada no lixo. E pelo que eu vejo, não tenho esperança por essa temporada. E mesmo com a audiência menor que a de Survivor, a audiência do TAR se mantém fiel, sem grandes quedas desde seu início, tanto que eu vejo mais inserções de marcas famosas no TAR (carros dados pela Ford na última edição, por exemplo) que em Survivor (Outback já não pinta desde HvsV). Sejam humildes, Probst e Cia., e aprendam um pouquinho com os seus colegas de emissora.

Cenário pré-Fusão:

  Bom, eu acredito em apenas dois possíveis cenários de aliança para essa Fusão: um óbvio e chato e um outro inesperado e um pouco mais interessante. Começando pelo óbvio, em ordem decrescente de poder:

1 - Cochran/Dawn/Philip/Andrea;
2- Malcolm/Corinne;
3- Erik/Brenda;
4- Michael/Sherri;
5- Reynold/Eddie.

  Digo que esse cenário de alianças é o mais óbvio, pois honestamente não acredito no que a edição nos mostrou nesse episódio sobre a possibilidade da aliança dos alpha males encabeçada por Malcolm. Na história de Survivor, esse tipo de aliança nunca durou muito e sempre se deu mal. Acho até que essa aliança pode render bons frutos para Malcolm no futuro, mas numa eventual Final com Reynold e Eddie e num Júri com Veteranos em maioria, ele pode ser visto como traidor. Acredito que ele pode ter levantado essa bola da aliança de alpha males para ficar bem com Reynold e Eddie no Júri. Pelo o que eu vejo no show hoje, não consigo imaginar nada de diferente a não ser os Novatos indo um a um direto para o Júri. Acho que a possibilidade de mudança nesse cenário será de uma traição envolvendo os Veteranos, com as alianças 2 e 3 se unindo e  pegando algum membro da aliança 1 para obter a maioria. Aqui acho talvez Michael seja usado devido a sua amizade com Corinne para que os as alianças 2 e 3 tenham a maioria, derrubando a aliança 1, para depois ser eliminado. Mas não vejo esperança de mudança envolvendo os Novatos aqui. Mas acho que pelo fato dos Veteranos estarem preocupados em manter as suas boas posições por ora (a maior parte deles está jogando melhor que em sua temporada original), podemos ter esse cenário sem mudanças até a Final, o que seria péssimo para uma temporada decepcionante até agora.
  Podemos ter um segundo cenário, porém, um mais interessante (aqui sem ordem de poder definida) com a seguinte disposição de alianças:

- Malcolm/Reynold/Eddie/Erik;
- Corinne/Michael;
- Sherri?
Cochran/Dawn/Philip/Andrea;
- Brenda?
          
  Se o que Malcolm falou sobre a aliança dos alpha males for confirmado, acho que os votos decisivos aqui serão os de Sherri, Brenda e Corinne/Michael. Acho que esses três tem mais a ganhar votando contra a aliança RI/SP. Se os Novatos conseguirem se unir se mantendo nessa nova aliança (alpha males+Corinne/Michael+Sherri+Brenda), com o Ídolo de Reynold eles podem derrubar até os Veteranos, fazendo o que me parece impossível nesse momento. Esse seria um cenário pós-Fusão dos sonhos. Mas como me parece que Reynold e Sherri viraram inimigos mortais, acho pouco provável disso ocorrer, com a velha rodando junto com Brenda. Acho que nesse cenário me parece que os alpha males podem ir mais longe se conseguirem controlar essa situação. Aqui eu digo que eu não acredito que Malcolm vá mudar de lado devido ao fato desse provável cenário ser arriscado demais para o retornante de Philippines. De uma forma ou de outra, para o Júri, Malcolm vai ser o responsável pelas traições e por eventuais quedas de alianças. Acho que num Júri com Favoritos em maioria ele corre o risco de não vencer. Malcolm é o tipo de jogador que não assume um risco grande que esse cenário proporciona. Mas se ele assumir, acho que a temporada ganha demais com isso, principalmente em termos de imprevisibilidade.

POWER RANKINGS:

12 - Eddie Fox
Sem Ídolo, a princípio é o que corre mais risco.
11 - Reynold Toepfer
Pode se salvar graças ao Ídolo, mas pode se ferrar e ser eliminado graças a ele também. Fez mais um idiotice ao contar a Malcolm que estava com o amuleto. Se nome do jogo fosse "Caça ao Tesouro" ou "Como falar bem de si mesmo", Reynold ganharia. Infelizmente pra ele, é Survivor, e nesse jogo ele é muito ruim.
10 - Sherri Biethman
Ponho ela atrás de Michael pelo fato dela demonstrar ser muito agressiva em seu discurso e atitudes. Não me parece que ela seja competente para fazer algum(ns) Veteranos a mudarem de lado e jogarem com ela. A insistência com Shamar está cobrando o seu preço.
9 - Michael Snow
O grande vencedor do último episódio. Conseguiu se salvar de uma eliminação que me parecia certa e se deu bem com o erro dos Veteranos ao manter o amigo de Corinne em detrimento a uma apática Julia. Dos quatros Novatos restantes é o que pode fazer algum estrago.
8 - Corinne Kaplan
Lembram de como eu falei que ela vinha jogando bem na semana passada? Começou a cometer alguns erros graves, como falar sobre a sua amizade com Michael (ainda no episódio anterior) e verbalizar e intensificar o seu desgaste com Philip e consequentemente chamando negativamente a atenção para os outros membros da aliança. Como personagem ela é interessante, pois ela é instável e pode causar problemas. Mas como jogadora caiu muito com este último episódio. E na boa, os confessionários dela começaram a me irritar.
7 - "Cheerleader" Brenda Lowe
Ao menos Brenda mostrou os seus dotes como profissional na Recompensa. A dancinha dela e o que ela falou durante esse desafio foi engraçado. Depois ela voltou a sua insignificância, ao menos nessa temporada. Lanço uma provocação aqui que pode ser respondida nos comentários: o que Brenda fez de relevante (como personagem e não como jogadora) em Nicarágua? Honestamente não me lembro de nada dela a não da musa se gabar como ela era uma grande estrategista nos confessionários da temporada 21.
6 - Erik Reichenbach
Voltou a zona invisível, sem confessionários nesse episódio. Só apareceu como possível integrante na aliança dos alpha males. Acho que ele deveria considerar essa proposta, ele pode ser dar bem nesse possível cenário, mais do que no cenário atual.
5 - Andrea Boekle
Se a Andrea do início da temporada dar as caras nessa Fusão, ela corre sério risco de ser eliminada mais cedo do que ela imagina, no início da Fusão. Acho que ela pode ir longe com o cenário atual, até ir para a Final, mas não vejo mais ela vencendo.
4 - Dawn Meehan
Forma a dupla mais forte da temporada em termos de jogo ao lado de Cochran. Tanto que eu não consigo imaginar um sem o outro em um eventual F3. Apesar do chororô, vem sendo mais agressiva e firme como jogadora nessa temporada. 
3 - Philip Sheppard
Jogando um jogo de finalista. Eu ri um pouco com algumas das coisas que ele fez, mas a edição está usando ele demais, desgastando-o. A insistência de mostrar um stand up protagonizado pelo Specialist ao invés de mostrar coisas outros Survivors convivendo é um dos principais problemas dessa temporada. Isso, porém, me parece não ser só um problema dele. Corinne e Cochran as vezes me parecem ser duas personagens artificiais, querendo mais atuar para as câmeras que qualquer coisa. Problemas de seleção de elenco do Survivor atual. Tema para um post no futuro. Mas quando quis dizer que Philip não é o único culpado pelos problemas nessa temporada foi isso: essa tribo de Veteranos é composta por personagens muito artificiais e ainda mais artificiais (aqui incluo Philip também nessa temporada) nesse retorno.
2 - Malcolm Freeberg
Está em uma posição limite: continuar ou não entre os seis da Stealth For Us? Como falei no post anterior, é a única pessoa que tem a capacidade de mudar a cara dessa temporada. Jogando com os Novatos alpha males, guardadas as devidas proporções, ele pode ser a Parvati dessa temporada. Em FvsF 1, Parvati fez algo parecido com Cirie e Amanda, se juntando com as Fãs Natalie e Alexis para formar a aliança feminina que dominou o pós-Fusão de Micro.
1 - John Cochran
Vale o que escrevi durante todos os Power Rankings até agora sobre ele e não há porque mudar meu discurso aqui ainda.

2 comentários:

  1. Achei esse episódio chato. Os jogadores estão começando a ficar cada vez mais desinteressantes. O que é essa dupla Eddie/Reynold? Nossa, dá até pena. Reynold até parecia ser mais sensato, mas entregar para o malcolm que ele possuia o II foi desnecessário. Corinne pecou quando anunciou sua predileção por Michael, e os Stealth for Us ainda eliminaram Julie, que não tinha aliança com ninguém. Como assim? Philip tem que esquecer um pouco de Boston Rob ou ainda se prejudicará muito com isso.
    Outra coisa, o que Eric faz em survivor? Sério. Obviamente ele só voltou por causa da famosa estupidez que cometeu. Ele é completamente irrelevante. desinteressante e quase invisível. Essas pessoas que se dizem ''fãs'' de survivor realmente assistem o programa? Uma porcentagem irrisória dessas pessoas se destacam e olhe lá.
    Enfim, espero que Philip coloque uma manta de índio e vista uma pena na cabeça ou algúem faça uma jogada arriscada pra ver se movimenta isso aí, ou o que provavelmente ocorrerá é que essa temporada terminará com um bando de jogadores no mesmo nível de destaque e estratégia, só que de um jeito ruim.

    Hobert Rocha

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  2. Hobert, em partes:

    - O episódio foi bem chato, como era de se esperar. Essa configuração das tribos pós-twist acabou deixando uma tribo muito mais forte contra outra muito fraca. Com um elenco também fraco, definitivamente não dava pra esperar muita coisa;
    - Reynold, na minha opinião, já vem fazendo merda não é de hoje. Se você ler os meus comentários sobre ele nos posts da temporada eu venho dizendo como e porque ele é um jogador péssimo de Survivor;
    - Eu gostei de Erik em FvsF 1. Ao menos o achei um personagem engraçado e divertido em sua primeira versão. Além de na minha opinião, da primeira versão da tribo dos Fãs, ser o maior de todos, inclusive vencendo o quiz sobre temporadas anteriores em Micro. Das escolhas da tribo atual de Veteranos foi uma das que mais me agradou. Acho que ele vem sendo vítima da edição, assim como Brenda;
    - Concordo com a parte em que você fala que os jogadores que integram a equipe dos Fãs pouco conhecem o programa. Isso acontece pois a maior parte das pessoas que são selecionadas para os elencos hoje (e em Micro também) são recrutadas, ou seja, não passam por audições como nas primeiras temporadas;
    - Como falei no post, espero que alguma jogada maluca aconteça pra mudar o cenário, mas esta não partirá de Philip. Por mais maluco que ele pareça, ele sabe que com essa configuração de jogo a coisa vai bem para o Sr. Sheppard. Acho que essa mudança tem que vir (e deve vir) das pessoas as quais citei no segundo cenário no texto.

    Grato pelo seu comentário novamente, Hobert. Volte sempre!

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