quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O problema da paranoia excessiva

Só em Survivor uma gostosa leva um fora por fazer massagem...

 
  Um dos temas recorrentes de Survivor Blood vs Water vem sendo as já faladas por Jeff Probst "camadas" de complexidade envolvidas com a presença dos loved ones e da RI no jogo. Será que deve se eliminar uma determinada pessoa para não complicar a vida do meu familiar na RI? Ou vou eliminar outra pessoa da minha tribo, pois no futuro ela deve se unir a seu loved one, tornando-se, portanto, no futuro, mais forte? Ou será que o o jogador deve sentar no meio fio e chorar? A princípio, de fato, são muitos fatores que devem ser levados em conta? Entretanto, eu lanço a pergunta nesse post: será mesmo? Será que os jogadores devem considerar possibilidades remotas tal coisa acontecer no futuro e se esquecerem do presente?
  As últimas temporadas de Survivor, desde H vs V, vêm se focando mais e mais no aspecto da estratégia. Acredito que a complexidade estratégica ter aumentado nos últimos anos se deve a evolução do jogo, que é algo natural e necessário. Até os anos 60 não existia impedimento no futebol e hoje não conseguimos pensar o esporte bretão sem ele. Em relação a Survivor, não conseguimos imaginar o jogo hoje sem Ídolos de Imunidade. Os jogadores foram aprendendo com as inovações estratégicas trazidas por mentes como Rob Cesternino e Jonny Fairplay (e outros que os sucederam) coisas como trocar de alianças quando necessário, jogar de forma fria e calculista, usar a confiança das pessoas a seu favor. Hoje vemos figuras como Cochran, Colton e Malcolm ganharem destaque e fãs pelo universo Survivor graças a essa mentalidade. Acho que em determinados momentos, sim, é necessário trocar de alianças se você está no fundo. Mas como eu já tratei dessa tema em um post (clique aqui para ler), essa troca deve ser feita com critério, e não à torto e a direito. 
  Em um jogo como Survivor a commodity mais importante para os jogadores envolvidos é a confiança. Se uma pessoa confia em você, mais fácil será para ela acreditar e seguir um determinado jogador. Por isso o jogo social é tão importante, pois ele não ajuda só na hora de angariar votos em um Conselho Tribal Final, mas também para ganhar a confiança dos seus aliados em um primeiro momento. E até mesmo para armar um blindside é importante ganhar a confiança do lado para o qual o jogador se alia para trair os seus companheiros. Pois, no fim das contas, se você trai todo mundo à toda hora, perde-se confiança no jogador e duas coisas podem acontecer: ou ele é eliminado mais cedo (Candice aqui é um bom exemplo: em suas duas temporadas ela não foi muito longe, pois traiu a confiança de suas alianças originais) ou é derrotado de forma categórica na Final (perguntem a Russell). Daí os leitores que leem este texto até agora se perguntam: o que isso tem a ver com os dois últimos episódios de Survivor?
  As eliminações de John, Brad e Laura pra mim tem tudo a ver com o que na gringolândia eles chamam de overplaying ou em bom português, o problema da paranoia excessiva. Brad havia construído na Tadhana uma sólida aliança entre os cinco homens. Porém, além de ser um péssimo jogador no aspecto social (mandão demais, fora os problemas com Marissa e Candice), ele começou a ficar paranoico com a possibilidade de Candice voltar da RI. Mais do que isso: ele começou a pensar que talvez não conseguisse mais controlar o voto de John ainda com sabe-se lá quantos dias para a chegada da Fusão! Se ele parasse para pensar em algumas coisas, entretanto, a decisão mais sábia seria para ele manter John no jogo, devido aos seguintes motivos:

1 - Candice foi eliminada pela sua própria tribo com cinco minutos de jogo. Será que ela realmente consideraria jogar com alguém da Galang? E será que as pessoas da Galang considerariam jogar com uma pessoa que foi eliminada por eles antes do jogo começar? Será que Candice não seria mais fiel a um primeiro momento as pessoas que mantiveram o seu marido a salvo?
2 - Por mais que Candice estivesse com uma boa série de vitórias na RI, será que a mesma continuaria para sempre? Vimos que não essa semana. Apostar em resultados em duelos na RI em minha opinião é algo arriscado e burro.
3 - Como eu falei anteriormente, a commodity mais importante em Survivor é a confiança. Por mais que Candice seja a mulher de John, acho que ele pensaria duas vezes em trair a sua aliança inicial. Até mesmo Candice pensaria duas vezes, embora esteja no instinto da moça trocar de alianças a seu bel prazer. 
4 - Ainda deve ser considerar a possibilidade de uma mistura de tribos. Não seria importante nesse cenário manter a sua aliança forte e resistente a possíveis mudanças no jogo?

  Como se não bastasse, Brad, que já era odiado e xingado por meio mundo nos duelos na RI, resolveu insistir no overplaying e discutir com as meninas da Tadhana a possibilidade de eliminar Caleb. Com isso, Brad perdeu o resto de confiança que certos membros da aliança tinham nele, especialmente no caso do noivo de Colton. Não à toa vimos a loucura de CT no episódio 4 na Tadhana. Brad ainda quis seguir o plano de eliminar Ciera, mas foi tarde demais para o ex-jogador de futebol americano: Colton, Ciera e Katie forçaram o empate e no fim das contas, Vytas não quis se arriscar a tirar a purple rock por Brad e ele foi para a RI. Se Brad tivesse seguido a lógica e só eliminar Ciera ao invés de planejar a eliminação de Caleb, ele teria reforçado mais a confiança dos membros da aliança nele. Mas ao invés disso ele ficou com medo do que Caleb faria no futuro e acabou eliminado no presente.
  Outro que pode ser eliminado devido a paranoia excessiva é Aras. A decisão de eliminar Laura Morett pra o irmão de Vytas nesse momento foi errada, pois ele perdeu alguém que seria fiel a ele em um eventual momento futuro. Talvez a decisão mais certa para ele fosse eliminar Kat ou a Mulher do Rupert (que me parecem nesse momento sem aliados). Sem dúvida os vencedores dessa decisão foram Tyson e Gervásio, que segundo o preview da semana que vem (embora eu tenha como norma desconfiar sempre do que se passa nele) planejam eliminar Aras. Eles conseguiram eliminar uma aliada em potencial do vencedor de Exile Island e agora tem a chance de juntar os excluídos da tribo para eliminá-lo. E isso tudo aconteceu por que Aras teve a ideia de eliminar Laura Morett para derrotar Monica e torná-la um recurso para a aliança. Esse é o tipo de decisão infeliz tomada graças ao overplaying. Sim, eu acho importante num jogo como Survivor pensar alguns passos à frente. Mas para garantir um bom futuro, construir uma aliança sólida ou até mesmo armar um grande blindside que ninguém irá esperar, vale a pena manter pessoas que confiem em você por perto. A não ser, é claro, que esta pessoa lhe dê motivos para desconfiar dela. Enfim, o bom jogador de Survivor deve equilibrar o jogo à curto e a longo prazo.

Comentários aleatórios:

- Sobre o episódio 4 - Caleb mostrou a Colton como se deve tomar o poder em uma tribo: ao invés de provocar caos, você se aproveita do mesmo. O noivo de Colton fez isso lindamente no episódio 4, forçando um empate na primeira votação e, posteriormente, Vytas se juntar ao time adversário na segunda votação para finalmente eliminar o líder Brad. Sem dúvida, o grande CT da temporada. Além disso, tivemos a lua-de-mel filipina entre Candice e John, com Marissa incomodamente no meio e mais xingamentos a Brad, com Candice mostrando o dedo do meio pra ele e etc. Um dos bons episódios da temporada, mas confesso que pessoalmente gostei mais do...
- Episódio 5 - Eu gostei muito desse episódio de uma coisa que o Diego Arnone comentou na comunidade Survivor Downloads no orkut: finalmente vimos um episódio com uma edição old school: nem tão preocupado com somente a parte estratégica, mas também até com a parte de sobrevivência, coisa que há muito tempo vem sendo deixada de lado pelos editores. Além de serem máquinas programadas para discutirem estratégia 24 horas por dia, vimos que essas pessoas se machucam (vide a sequência em que as unhas dos dedos do pé de Katie estão caindo e todos os membros da Tadhana com lesões pelo corpo) e sofrem com as séries de derrotas. Por mais que tenha gente que defenda Survivor com veteranos em todas as temporadas (alguns que advogam por causa própria, inclusive), temporadas com novatos são mais interessantes por causa disso: vemos as pessoas aprendendo a sobreviver e entender o jogo ao longo dos 39 dias e isso é muito legal quando a montagem dessa temporada é bem feita. O episódio teve uma edição equilibrada em termos de divisão de confessionários e apresentação de relacionamentos nas tribos como não havíamos visto nesta temporada. Esse episódio é o meu favorito da temporada e ainda bem que o programa vem melhorando a cada episódio.
- Eu não gosto da mistura de tribos nesse momento do jogo. Acho que a manutenção da situação atual, ainda mais com a primeira derrota da Galang e com a Tadhana ganhando um fôlego, me parece que seria fundamental a manutenção dos times até a Fusão, quando em minha opinião a mistura de Sangue com Água seria mais intensa e impactante. Mas como esta temporada vem me queimando a língua seguidas vezes, quem sabe teremos bons episódios daqui em diante? Aguardemos.

Notas:

Marissa - Infelizmente eliminada no duelo contra John e Candice. A sobrinha de Gervásio se deu mal e foi a primeira vítima de Brad.
Candice - No Brasil, ela é amada desde sua temporada original. Acho que ela pagou com a primeira eliminação por dois fatores: 1 - Ter sido chamada mais tarde como substituta de RC e 2 - Ter o famoso histórico de trair alianças a seu bel prazer.
Aras - Segundo o preview do próximo episódio, corre risco. Porém, com a mistura das tribos, pode se dar muito bem, principalmente se Vytas parar na mesma tribo que ele.
Vytas - Um dos grandes destaques da tribo dos loved ones, ficou em situação delicada com a maluquice do CT no episódio 4 e a jogada de Caleb que eliminou Brad. Poderia ter ido para a RI na situação em que a Tadhana se encontrava antes da mistura de tribos. Assim como Aras, deve ser outro beneficiado pela twist.
Brad - Conseguiu, para a minha surpresa, derrotar Candice no duelo. Se conseguir retornar, mesmo com Monica no jogo, estará em situação delicada, pois será um alvo em qualquer situação.
Tyson - Sem Rachel, ele virou agente livre e está em uma boa posição. Uma coisa que me parece que vem sendo a tônica dessa temporada é a seguinte: quanto mais cedo o seu loved one é eliminado, melhor é para você, pois o alvo sai de suas costas. E é isso o que está acontecendo com Tyson, Gervásio, Mulher do Rupert, todos que perderam os seus loved ones no jogo. Além disso, apesar de termos perdido os grandes confessionários, ele vem jogando de forma mais quieta e inteligente. Não me surpreenderia hoje ver ele ganhando o jogo. A não que alguma combinação maluca após a mistura das tribos o deixe em uma situação ruim, Tyson deverá ir longe neste jogo.
Ciera - Escapou de uma possível eliminação no último episódio com a vitória da Tadhana na Imunidade. Porém, agora com a mãe Laura na RI, ela terá que decidir se irá trocar de lugar. Acho pouco provável disso acontecer. Se ela seguir no jogo, como eu falei em relação a Tyson, pode conseguir tirar o alvo das suas costas de ter um loved one consigo. Entretanto, o fraco desempenho em Desafios conta contra ela.
Monica - Precisa parar de se preocupar com o marido e jogar o jogo. A preocupação dela com Brad pode fazer dela um problema para os outros membros de sua aliança na Galang.
Mulher do Rupert - É igualzinha a seu marido jogando Survivor: sem noção, com péssimo jogo social e estratégico e não parece nunca saber o que está fazendo. Entretanto, ela tem uma importante vantagem sobre Rupert: me parece ser mais calma e centrada que o esposo, o que pode levá-la longe em jogo como este. Ela não é uma ameaça direta a ninguém, mas ela é tão inofensiva que acaba sendo perigosa... Como alguns vencedores em Survivor. Já vimos algumas pessoas jogando (ou não) Survivor assim e chegando no F3, por vezes até ganhando. Não vejo Laura Boneham ganhando este jogo, mas ela é uma agente livre inofensiva e existem muitas ameaças maiores que ela no jogo.
Gervásio - Como eu disse no preview desta temporada, ele vai indo tranquilo na Galang. Muita gente ficou com a impressão errada após o primeiro episódio sobre ele. Alguns até o compararam a Philip! Ao contrário do agente secreto (?????), o forte de Gervásio é o jogo social e esse poderá levá-lo a um ponto onde poucos imaginavam antes do início da temporada. Não o vejo sendo eliminado até a Fusão e agora com Marissa, ele também é um agente livre e pode ser importante na dinâmica de alianças dos Survivors restantes.
Katie - Ela vem perdendo as unhas, mas se mantendo firme no jogo. Em termos de personagem e jogadora, a filha de Tina não me anima muito. Mesmo com a mistura de tribos, acredito que ela corre um sério risco de ser enviada para a RI. Porém, nesta temporada, mais do que nunca, ser uma jogadora fraca pode te levar longe neste jogo.
Hayden - Outro grande derrotado pela disputa de poder na Tadhana no episódio 4. Mesmo assim, ele se manteve calmo e tranquilo, sem irritar ninguém. Eu gosto de como Hayden leva o jogo, mesmo não sendo grande coisa como personagem.
Kat - Finalmente teve o seu primeiro confessionário da temporada! Ela reclamou da Mulher de Rupert fazendo fofoca. Está de fora da aliança principal da Galang, porém pode se dar bem com a mistura de tribos, especialmente com Hayden a seu lado. Ela parece ter amadurecido desde OW, ao contrário de Colton, com uma estratégia under the radar. Assim como Tyson, perdemos uma boa personagem, mas podemos ter ganho uma boa jogadora.
Tina - Como não amar essa coroa? Gosto da racionalidade dela a cada pensamento e como ela não engoliu a justificativa de Monica do porque Brad seria bom aliado voltando da RI. Apesar do corpo parecer um bocado desgastado, a mente esperta ainda está lá.
John - Vem conseguindo sobreviver nos duelos na RI. Fica, entretanto, a dúvida: Como ele se comportará sem Candice a seu lado?
Laura - A recém-chegada a RI terá a difícil missão de derrotar Brad e John no próximo duelo. Acho que o grande erro dela no jogo que a fez ser eliminada foi o fato dela ter apostado as fichas dela em apenas uma pessoa. Ela poderia ter conseguido dar um jeito de entrar na aliança de cinco. Infelizmente pra ela, a Galang não é a Galu.
Caleb - O grande vencedor do movimento na semana retrasada, Caleb até hoje tinha o poder de decidir com que aliança iria votar na Tadhana. Com a twist, entretanto, ele deve ser o maior perdedor. Mesmo que ele não seja eliminado hoje, ele não terá mais o poder que tinha após eliminar Brad. Resta ver como ele irá adaptar o seu jogo a esta reviravolta.

Palpites:

Vencedor - Pra mim, depois do último episódio, Vytas teve uma cena e confessionário de vencedor quando ele estava fazendo os exercícios de ioga e comentando sobre a terrível situação da Tadhana. Outros que me parecem ter uma boa edição nesse sentido são Tyson, Caleb e Aras. E eu continuo achando que Tina tem boas chances, mesmo que a edição não a mostre tanto.
Próximo enviado (a) a RI - Com a mistura de tribos, é difícil de prever sem saber a configuração delas. Porém, de acordo com desempenho em Desafios, acredito que Ciera e Katie correm sério risco.
Eliminado (a) na RI - Pra mim este será o duelo de mais difícil previsão. Os três tem boas chances de passarem. Acredito que pelo ritmo de duelos, John e Brad devem vencer e Laura será a próxima eliminada. Porém, esse é um chute sem nenhuma convicção.

POWER RANKINGS:

1 - Vytas
2 - Tina
3 - Tyson
4 - Caleb
5 - Hayden
6 - Aras
7 - Gervásio
8 - Monica
9 - Kat
10 - Mulher do Rupert
11 - Ciera
12 - Katie
13 - John
14 - Brad
15 - Laura   

domingo, 6 de outubro de 2013

Total Drama Island



  Quando se colocou a RI em jogo pela primeira vez na temporada 22, muitos se perguntaram qual seria a utilidade dela, como ela seria usada estrategicamente pelos jogadores. Ficou óbvio para mim depois de alguns episódios que a Ilha servia para primeiramente salvar os retornantes (Rob e Russell, posteriormente Coach e Ozzy) e de certa forma as ameaças físicas (em sua maioria homens) que Jeff Probst tanto ama. Vale lembrar que os grandes personagens da Ilha foram Matt e Ozzy, com Christine de forma secundária se destacando com algumas vitórias. Porém, após alguns episódios, outra função dela ficou mais e mais evidente: criar caos e drama entre os jogadores. Vale lembrar que alguns momentos importantes aconteceram nas duas temporadas em que a RI esteve presente. Para citar apenas um para não estragar muito os amigos que leem este texto e que não viram as temporadas 22 e 23, a saída definitiva de Russell, com direito a choro ocorreu na Ilha. 
  A volta da RI como mais um elemento de drama em Blood vs Water é talvez o principal trunfo que os defensores da twist tem a seu favor. Muitos vem observando e comentando com alguma razão o óbvio: "Como são ótimos os barracos e discussões nessa ilha do barulho". E nesse sentido eu tenho de dar palmas a produção executiva, pois o uso da Ilha nesse sentido vem funcionando bem. Primeiro, porque o elemento familiar está em ação nessa temporada, tornando as coisas ainda mais dramáticas e pessoais. Segundo, porque o elenco dessa temporada, com algumas exceções (Colton... Já chego nele, aliás), foi muito bem escolhido, principalmente o de loved ones. Tirando algumas exceções como a pobre Rachel, a seleção de figuras como Vytas, Brad e Marissa foi algo muito bem feito e de se tirar o chapéu. Fora alguns retornantes e seus dramas familiares que vem sendo bem explorados pela edição (Aras e Vytas, por exemplo), a construção dessa temporada foi muito bem feita. Não dá pra saber se ela será boa até o final, mas depois de um trabalho preguiçoso em Caramoan, os produtores resolveram se esforçar para que, mesmo com todas as críticas que eles deviam imaginar receber, a temporada rendesse um bom show. E muito disso se deve a presença da RI como elemento para impulsionar e intensificar os conflitos entre os jogadores. Com esse elemento, temos algumas histórias interessantes como o surgimento de Brad Culpepper como o grande vilão da temporada (adorei a cena em que Rachel detona o ex-jogador de futebol americano e Marissa manda ele se f...) e obviamente a desistência de Colton do jogo. De fato, eu ainda não gosto da RI como elemento do jogo, por todos os motivos os quais já falei em centenas de posts. Entretanto, tenho de reconhecer que nesta temporada, ela está funcionando bem.
  Falando da desistência mais do que esperada de Colton... Eu já falei em outros posts o que eu particularmente penso sobre desistências. Eu não tenho problema nenhum com uma pessoa desistir. Acho que está no direito dela de não querer jogar Survivor. E no final das contas, os fãs xiitas/invejosos tem que entender que Survivor é apenas um game show. Já diria um comentarista esportivo famoso algo sobre futebol que eu adapto para esta situação: "Survivor é a coisa mais importante entre as menos importantes.". Não será pelo fato de eu não gostar do PERSONAGEM Colton é que minha opinião irá mudar sobre o que penso a respeito dos desistentes. Não sei até que ponto eu engulo a justificativa que ele vem dando em entrevistas, que desistiu porque não queria comprometer o namorado Caleb. Mas em minha opinião nada justifica o ataque de pelanca e a ceninha ridícula que Probst fez detonando Colton e afirmando que ele havia desistido em OW e que agora estava desistindo de novo. A acusação de desistência em OW é grave e é algo que deve ser provado, já que Probst leva tanto esta bodega a sério. Me pareceu uma desculpe covarde e vazia para escapar da responsabilidade que cabe a ele, Probst (e obviamente de toda a produção executiva, mas acho que aqui neste caso eu cito porque ele adora ter crédito por todas as ideias suas que dão certo), de ter selecionado Colton. Já que ele havia desistido na primeira vez, porque chamá-lo de volta? Rob Cesternino lembrou a Colton em entrevista muito bem o caso Brandon Hantz ano passado (leiam aqui para relembrar), dizendo que ao invés do que Aras o havia chamado no episódio anterior (Russell Hantz gay) a saída de Colton foi de certa forma parecida. Acho que a analogia serve para se chegar a uma conclusão óbvia: foi um risco selecionar Colton para jogar de novo. No fundo, os produtores sabiam que Colton poderia ser uma bomba pronta para explodir, depois de tudo o que havia acontecido com ele em sua primeira temporada. Muito pouco tempo se passou para digerir tamanha experiência. A responsabilidade maior foi de Probst e sua turma, que parece não aprenderam com Brandon. Eu se fosse Colton eu faria questão de a quilômetros da Chefia (obviamente eu não iria a Reunion). E mesmo se a acusação de desistência dele em OW fosse verdadeira, NADA, absolutamente, nada justificativa a forma covarde que o apresentador agiu.
  E com isso tudo ainda, tivemos um (bom!) episódio. Gostei muito da Imunidade, um desafio físico para finalmente botar loved ones e retornantes para caírem na porrada. Sem dúvida o ponto alto foi uma das histórias mais interessantes da temporada em uma disputa: Aras e Vytas fizeram uma luta bem legal. Com direito a Vytas dando uma de migué para tentar derrotar o irmão, Aras venceu e ambos relembram velhas rusgas de uma relação problemática. Destaque também para a vitória de Brad sobre Gervásio, Tina mesmo veterana e rindo derrotando a filha Katie e Ciera levando Laura as lágrimas, mesmo com a vitória para os retornantes. Ainda tivemos mais um momento de tensão no episódio, com Tyson deslocando o ombro e virando dúvida para o resto do jogo. Eu não vou me surpreender se daqui a pouco a Chefia resolver colocar 22 jogadores para a próxima temporada, graças a desistências e evacuações.
  Por fim, tivemos um interessante (esse sim!) blindside em John. E de certa forma, isso era mais do que esperado. Vimos em diversos momentos ao longo da história alianças masculinas caírem muito em parte por vaidades e medos de certos integrantes em relação aos outros. Brad ressaltou que John seria sem dúvida mais difícil de controlar se Candice retornar ao jogo. Aí reside o problema para os jogadores de se ter a RI: como não pensar em um eventual futuro? Como não imaginar que do jeito que as coisas estão, Candice retornará eventualmente? Acho que finalmente aconteceu a Brad algo que ocorre a maioria dos alpha males em Survivor e que os faz levarem a uma queda eventual: o poder subiu a cabeça. E mais: já que Brad, que é o líder da aliança, está ferindo um dos seus, isso libera os seus outros membros de aliança de seguirem com ele. Não à toa já vimos Vytas, Hayden e Ciera discutirem a possibilidade de eliminarem Brad. Com as seguidas derrotas, as coisas caminham mal para a Tadhana e eu não me surpreenderia de Brad ser o mais novo morador da RI ao fim do próximo episódio.
   Tivemos um bom episódio e por enquanto, estamos tendo uma boa temporada. Espero que meus temores não se confirmem, mas acho que essa temporada será salva por algo que não pode ser esquecido pela produção: um bom elenco. Embora eu tema que, infelizmente, a RI fará parte das próximas temporadas, parece que o carinho e o cuidado que esta temporada foi confeccionada pode ser sua salvação. Pergunto-me eu: por que não investir mais em seleção de elenco? Por que não aceitar aplicações, fazer testes e parar de pegar modelos à beira da praia em LA? O futuro do show pode ser garantido com isso.

Notas:

Colton - Bom, acho que falei o que tinha de ser falado sobre ele no texto. Acho que pro seu próprio bem, ele deveria deixar esse negócio de Survivor pra lá por um tempo. E falo aqui sem um pingo de ironia.
Rachel - Apareceu para apenas protagonizar mais um ataque contra Brad e perder em um fim de duelo emocionante contra Marissa.
Aras - Foi legal vê-lo protagonizando o duelo contra o irmão. Prejudicado nesse episódio (em termos de edição) devido aos acontecimentos na RI e as seguidas vitórias da Galang.
Vytas - Ao lado de Marissa, meu favorito da temporada até agora. Acho que ele espertamente esperou para eliminar Brad depois. Deixe que ele leve a culpa pela eliminação de John. Aí, sim, elimine-o.
Tyson - Como eu esperava, ele não trocou de lugar com a namorada e se juntou a turma que malhou Brad durante o Desafio na RI. Corre risco de eliminação graças a contusão durante a Imunidade.
Ciera - Embora ela não tenha sido decisiva em relação a eliminação de John, ela conseguiu sobreviver em uma Tadhana que me parece perdida e sem rumo em termos de Desafios. Por isso, ainda corre seríssimo risco de ser eliminada.
Katie - Pouco apareceu nesse episódio, mas me parece ser mais esperta do que a produção mostra.
Tina - Até no Desafio lutando contra a filha Tina parece está tomando um café com as amigas. É impressionante como Tina parece ter nascido pra este jogo. Tanto se falou da inteligência estratégica de Colton, mas Tina está dando show de que não se precisa de malabarismos para se ter uma aliança nas mãos.
Monica - Mais uma prejudicada com os eventos desse episódio.
Brad - Corre grande risco de ser eliminado em um épico blindside no próximo episódio. Ele precisa liderar a Tadhana a uma vitória, do contrário Brad pode viver infeliz e descontente ao lado de Candice.
Gervásio - Perdeu para Brad, vibrou com a vitória de Marissa e... Só.
Mulher do Rupert - Foi o homem sumir para que ela sumisse junto com ele.
Caleb - Apareceu no episódio somente graças a Colton. Está bastante under the radar. Espero ver mais dele agora sem Colton.
Kat - Candidata fortíssima ao troféu Purple Kelly da temporada.
Laura - Ficou triste por ter derrotado a filha.
Hayden - Ele vem aparecendo pouco, mas acho que vem fazendo bastante, assim como Caleb. Sem dúvida a sua estratégia no BB americano vem rendendo dividendos em Blood vs Water. Mas a Tadhana precisa vencer para ter chance. Perdendo, grande chance dele ir para a RI também em um futuro próximo.
Candice - Vem detonando na RI, com duas vitórias nos duelos. Acho que ela está fisicamente preparada para continuar rendendo bem para as próximas provas. Porém acho que a chegada de John na RI pode influenciar negativamente em sua performance.
Marissa - Ela continua, ainda bem! Porém acho que de certa forma a chegada de John pode afetá-la, para o bem ou para o mal.
John - Fisicamente, ele também me parece estar em forma e com a ajuda de Candice pode conseguir derrotar Marissa. Entretanto, o que foi dito sobre Candice, vale para ele: ele pode ser afetado pela presença da esposa.

Palpites:

Vencedor - Ninguém ainda me passa esta sensação. Acho que a coisa ainda está entre Vytas, Tina e Aras, com Hayden correndo por fora. Nenhuma das edições também me deu nenhuma informação para que eu possa tentar um palpite mais acurado.
Próximo enviado (a) pela RI - Pela Tadhana, três correm risco: Brad, por ter feito a sua cama como falei acima, Ciera e Katie por serem as duas mulheres e pelo fato da tribo possivelmente chegar a sua quarta derrota consecutiva. Na Galang, acho que a Mulher do Rupert, por motivos que eu já citei em outros posts e Tyson pela contusão no ombro correm mais risco.
Eliminado (a) na RI - Acho que, infelizmente, a dupla John-Candice será a responsável pela queda de Marissa. Sem dúvida será o duelo mais difícil para a sobrinha de Gervásio e acredito que dessa vez ela não escapa.

POWER RANKINGS:

1 - Vytas
2 - Tina
3 - Aras
4 - Hayden
5 - Monica
6 - Gervásio
7 - Caleb
8 - Laura
9 - Kat
10 - Tyson
11 - Mulher do Rupert
12 - Brad
13 - Ciera
14 - Katie
15 - Candice
16 - John
17 - Marissa