quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Sangue e água se misturam


 
  Depois de um longo e tenebroso inverno, finalmente este blog volta a ativa de forma temporária para comentar a última temporada de Survivor como um todo. Obviamente serão abordadas com destaque a Finale, a Reunion e minhas impressões sobre a nova temporada: Survivor: Brawns vs Brains vs Beauty. Devo desculpas pelo longo tempo de ausência de textos, mas um negócio bobo chamado vida pessoal me tirou um bocado de tempo e me impossibilitou de escrever posts. 
  Mas vamos falar primeiramente da Finale, que pra mim foi bem chata e previsível, como era de se esperar. Ao longo dos últimos episódios, especialmente o penúltimo, a edição tentou alguma expectativa de mudança na situação, com Ciera e Hayden praticando bullying contra Monica para forçá-la a mudar de lado. Porém Monica dificilmente mudaria de lado por uma razão muito lógica: ela sabia que não iria ganhar no momento em que ela traísse Tyson e Gervase. É muito mais fácil confiar em pessoas nas quais você joga desde o início do jogo do que em dois novatos. Pensem nisso em uma situação na vida real: é muito mais fácil confiar em um amigo que você conhece há anos do que numa pessoa na qual você acabou de conhecer. O que foi chato pra mim na Finale foi o fato desse episódio ter sido uma repetição do anterior, trocando apenas Hayden por Tina. Tivemos os Desafios, o blablabla, Monica fazendo 1934 confessionários sobre a perspectiva de mudar de lado ou não e, por fim, as eliminações de Ciera e Tina finalizaram o F3, composto por Tyson, Monica e Gervase. 
  Antes do Júri, porém, o momento mais legal do episódio ocorreu na RI, com a vitória da Super Tina. Ela provou o porquê dela ser considerada uma forte atleta em desafios de resistência e bateu Hayden e a favorita Laura Morett. Foi muito legal ver uma das vencedoras mais importantes da história do show com quase sessenta anos dando um show de boa forma. Sim, eu sou suspeito pra falar de Tina e sou um grande fã dela. Acho que a sua importância é subestimada em parte pelos fãs novatos que não se recordam ou não fazem questão de conhecer a história do show e em parte pela participação fracassada em All Stars. Fiquei bastante feliz por ela e um bocado triste por Hayden e Laura, duas boas figuras dessa temporada. Mas esse desafio todo em si só prova pra mim como a RI, apesar de tê-la elogiado, é uma péssima ideia: se gasta um tempo enorme em um Desafio ao invés de se fazer algo que eu continuarei reclamando, mas que pra mim faz falta: o Fallen Comrades. Ainda mais nessa temporada, seria interessante ver um balanço da temporada pelos jogadores. Ao invés disso, a produção optou pela edição focada em desafios e estratégia, algo muito pobre e que acaba sendo chato para o espectador, pois a estratégia é previsível e os desafios embora sejam legais de se ver, não mudam significativamente nada no jogo.
  Chegamos ao Conselho Tribal Final, que ao fim das contas foi bom, mas não teve nenhum momento espetacular. Caramoan, por exemplo, entre a briga Dawn-Brenda e o bar de cachorro de Eddie, teve um CTF bem mais legal. Nesse tivemos pessoas que já jogaram e com uma visão mais madura sobre o jogo e, portanto, não houve tantos ressentimentos quanto na temporada anterior. Sim, tivemos mais uma sessão de bullying contra Monica, mas confesso que nem achei tão pesada. Dentro das circunstâncias do jogo, acho que as reclamações são perfeitamente razoáveis. Acho que, de certa forma, a edição resolveu investir em mostrar mais Monica no CTF para dar prosseguimento a história que começamos a ver há alguns episódios: Como Monica irá (ou não) dar o seu grito de independência de Tyson e Gervase? Além de Monica (vale lembrar da cena em que Laura arrancou lágrimas da esposa de Brad Culpepper perguntando quem era a dona de casa), tivemos Vytas dando um showzinho particular dizendo que não votaria em Tyson porque havia jurado que não votaria no loiro cabeludo, Tyson se defendendo bem do comentário desdenhoso em relação a Katie no famigerado conselho tribal da PURPLE ROCK (em que Tyson diz que a cadeira do Júri estava reservada para ela, comentário bem Tyson, a bem da verdade) e Gervase sendo um bocado ignorado e detonado durante todo o CTF. 
  Tivemos então, o surpreendente (ou não) anúncio de Tyson Apostol como vencedor, com Monica em segundo lugar com um surpreendente (esse sim!) voto de Vytas, cumprindo a sua promessa e Gervase em terceiro com zero votos. Fiquei surpreso por não ter sido um 8-0-0, mas um 7-1-0 também está de ótimo tamanho para o assistente técnico (que provavelmente deve ter sido promovido) de Coach. Por fim, tivemos a Reunion, a temida Reunion. E tenho de dizer que eu gostei bastante, bem mais do que da Finale. Vimos todo mundo no palco, como deveria ser sempre.
  Todos tiveram voz na Reunion, com a infeliz exceção de Marissa. As duplas ficaram juntas, desordenando a ordem de colocação em que normalmente os jogadores ficam sentados no evento. Gostei de ver o depoimento de Tyson sobre o jogo, Monica mais uma vez falando sobre os problemas que ela teve ao longo de sua estada nas Filipinas, Gervase sendo elogiado por sua evolução desde Borneo... Brad quase não falou e quem diria, até Colton, o desistente teve direito a fala. Ele voltou a negar que teria desistido do jogo em One World e elogiou Caleb como jogador de Survivor. Algo me diz que a Chefia fez as pazes com o Sr. Cumbie e eu não ficaria surpreso (embora ache difícil) de vê-lo de novo em alguma temporada pela proa. Depois tivemos Rupert sendo mais uma vez lembrado pelo gesto de sacrifício pela esposa, o casal Woodcock sendo reverenciado pela sua atuação na RI, Ciera e Laura, Vytas e Aras sendo comentados por suas relações, sem dúvida as mais expostas na temporada e tivemos um belo e digno final, com Tina e Katie falando um pouco da morte do filho de Tina em um acidente de carro e um pouco de sua experiência no programa. Do jeito que eu descrevi, parece que foi uma coisa chata e sem graça, mas adorei a simplicidade desse evento. A Reunion, como ela foi concebida e desenvolvida ao longo do show, serve como uma experiência de encerramento para TODOS os jogadores envolvidos no programa. E acho que ela foi muito boa nesse sentido: ela encerrou a experiência e não foi um talk-show idiota, a não ser no único momento do qual eu não gostei (eu pulei inclusive essa parte quando vi em casa), quando Cochran apareceu a là Boston Rob e Malcolm na Reunion de Caramoan para promover a sua participação como roteirista de um seriado. Não precisava disso, Jeff Probst. A gente tem diferentes maneiras de saber como Cochran vai e o que ele anda fazendo. Mas tirando isso e o fato da diva Marissa não ter tido voz, gostei bastante da Reunião.
  Tivemos, como sempre, o anúncio tradicional da próxima temporada (juro quando vi três B's aparecendo na tela eu pensei por um momento que era Big Brother Brasil), com o tema Brains vs Brawns vs Beauty (ou Cérebros vs Músculos vs Beleza), que pra mim tem um nome de uma fanfic maluca, assim como Blood vs Water. Fico pensando qual vai ser o critério para escolher as pessoas para cada tribo. A melhor notícia entretanto é a ausência de retornantes, algo que não ocorre desde a temporada 24 (One World). Eu sei que muita gente odeia OW, mas apesar de eu não amar a temporada como outras, acho que OW teve muitos méritos em ao menos tentar twists novas (eu gosto muito da ideia de duas tribos na mesma praia, por exemplo) e alguns bons personagens para a franquia. Por mais que Philippines e B vs W sejam boas, confesso que senti muita falta de uma temporada só com novatos, por que no fundo é muito mais interessante ver pessoas descobrindo o jogo do que pessoas que já sabem jogar o jogo e em sua maior parte só pensam em estratégias e blindsides. Apesar do nome escroto, eu gosto do fato de voltarmos a ver novatos e possivelmente o retorno do interessante formato de 18 pessoas divididas em 3 tribos, que deu tão certo em Philippines. Espero que, no entanto, eles tenham acertado na escolha de elenco tão bem quanto na temporada 25. 
  Meu balanço sobre a temporada é positivo. Ao contrário de 99,999999% da internet, eu não acho essa temporada alto nível e excelente. Eu gostei da temporada e acredito que ela me surpreendeu positivamente em alguns aspectos. Acho que a RI na pré-Fusão foi legal, gerando alguns conflitos interessantes (principalmente os Woodcock e Marissa contra Brad Culpepper), mas honestamente viveria mais feliz sem ela tomando tempo da edição. Acho que ela também não atrapalhou tanto porque a edição na verdade teve um trabalho bastante reduzido nesta temporada: ela tinha que apenas apresentar dez novos jogadores para o público, diferente de RI e SP, em que a maioria esmagadora dos jogadores era composta por novatos. Portanto, a galera da edição não teve tanta preocupação de, por exemplo, mostrar a Galang e seu dia-a-dia, pois além deles estarem ganhando direto, a maior parte deles era retornantes razoavelmente conhecidos pelo grande público: Tina, Tyson, Colton... O truque funcionou bem, pois com a falta de interesse na Galang e com a série de derrotas da Tadhana, ficou mais fácil para a edição mostrar apenas uma tribo e a RI. Acho que devido a alguns dos fatores citados anteriormente (série de derrotas da Tadhana, loved ones carismáticos, uma RI com dramas interessantes), o pré-fusão foi mais interessante que o pós-fusão. Dentre os barracos na RI, o blindside de Caleb em Brad, o clima de total desgraça com as derrotas seguidas da Tadhana pré-twist e da Galang pós-twist, e assim por diante, tivemos um pré-fusão mais interessante. Alguns irão argumentar, no entanto, que o pós-fusão, com o blindside em Aras e com a PURPLE ROCK, fora o drama entre as Morett fizeram essa etapa da temporada interessante. Mas o blindside em Aras estava sendo mostrado pela edição há muito tempo, bem antes do episódio de sua eliminação, eu confesso que não me comovi tanto com Ciera e Laura (não sou muito fã das tentativas de manipulação emocional forçada pela produção executiva) e a PURPLE ROCK foi legal sim, mas acredito que apenas um momento não salva um pós-fusão fraco. Depois da eliminação de Aras, tudo ocorreu de uma forma razoavelmente previsível até a Finale. O momento que poderia ter mudado o jogo foi no F7, quando Ciera teve a chance de garantir um F3 com Hayden e Caleb (podendo contar eventualmente com Katie e a pessoa que voltasse da RI) e, ao invés disso, preferiu votar com Tyson para eliminar Caleb. Esse CT, juntamente com a PURPLE ROCK foram os dois melhores CT's da segunda metade da temporada. Mas eu honestamente não consigo me lembrar de momentos interessantes, além dos citados anteriormente. Apesar de Blood vs Water ter alguns personagens interessantes, ainda que alguns não sejam do meu agrado (Ciera, Hayden, Monica, Vytas, Tyson, Laura, Tina), eu acho que faltou um melhor desenvolvimento deles ao longo da temporada. Até o drama das Morett era muito focado no jogo: "Eu tenho que eliminar a minha mãe", etc. Falta (acho que infelizmente isso será difícil de ser visto isso nas próximas temporadas) melhor desenvolvimento de personagens. Mesmo com os problemas os quais eu apontei, eu gostei da temporada. Tivemos um bom show, mas honestamente não sei se eu gostaria de ver esse modelo se repetir por diversas edições. Por fim, acho que essa temporada teve bons momentos, eu me diverti assistindo alguns deles, mas não me diverti tanto quando vi Philippines, por exemplo.
  Chegamos finalmente a um momento que mais uma vez foi ignorado, mas que aqui no blog é tradição:

FALLEN COMRADES:

20 - Rupert Boneham - Muitos chiaram e se irritaram com a quarta vez do barbudo mais amado em terras estadunidenses. Porém a estadia de Rupert foi curta, pois ele acabou se sacrificando pela mulher Laura, algo que era de se esperar. Quem acompanha Rupert desde PI sabe que ele é apaixonado pela mulher de forma intensa. Além disso, esse "sacrifício" combina com o personagem que ele tentou montar. Muita gente achou um fim triste para o "pirata", mas honestamente não tive problemas com Rupert em B vs W. A não ser, é claro, que você não goste dele, opinião predominante em terras tupiniquins.
19 - Colton Cumbie - De certa forma, tirando os comentários racistas, Colton não demonstrou nenhuma mudança desde OW. Pelo contrário, ele parecia um novato inexperiente na Galang, forçando desesperadamente formar alianças (se desse, acho até que ele formaria uma com o câmera) a torto e a direito. Não à toa, embora ele tenha dito que a desistência ocorreu para manter o noivo Caleb a salvo, pra mim me pareceu que ele sucumbiu a pressão de viver em um ambiente tão estressante para ele. Eu, se fosse ele, não voltaria mais. Porém, conhecendo a Chefia e sabendo como os Survivors adoram umas férias grátis nas Filipinas, não me surpreenderia de vê-lo de novo a Survivor.
18 - Rachel Foulger - O palpite de Rob e Nicole Cesternino para vencer a temporada e uma das primeiras paixões do público brasileiro, a namorada de Tyson acabou se dando mal pois ficou muito na sombra dos homens da Tadhana e em nenhum momento tomou alguma atitude para mudar a situação.
17 - Marissa Peterson - Ela poderia ter sido uma boa figura da temporada, se não fosse a bobagem cometida por seu tio Gervase ao final da primeira Imunidade. O pouco que eu vi de Marissa me deixou interessado: além da força física que ela demonstrou no primeiro Desafio de Imunidade e nos duelos da RI, a personalidade forte, algo que foi especialmente observado em primeira mão por Brad Culppepper.


  

16 - Candice Woodcock (fuck you, Cody!) - Candice foi vítima de sua fama criada ao longo de duas temporadas e de ser a última escolhida para o elenco, juntamente com o seu marido John. Ela demonstrou ser boa atleta, como vimos em Cook Islands e H vs V. Obviamente, aqui no Brasil, ela tem uma legião de fãs que até hoje lamentam a sua eliminação precoce. Valeu a pena vê-la nos barracos com Brad e seu ressentimento com os Galang, algo que conquistou ainda mais a audiência tupiniquim, pois quem não ama um underdog? Eu, entretanto, não consigo conceber o porquê dela ter voltado TRÊS vezes ao programa. Se alguém me der uma boa justificativa (mas tem de ser boa, não uma de fanboy) AQUI NOS COMENTÁRIOS, eu tiro o meu chapéu e acrescento aqui no texto.
15 - Brad Culpepper - O grande vilão da primeira metade do show nem é um cara tão babaca assim. Bem que a edição tentou com confessionários nos fazer odiá-lo (algo que ficou mais fácil com a eliminação de John), mas acho que o problema com ele é que nós odiamos um alpha male no poder. Acho que além de ser ruim em matemática, ele cometeu alguns erros que o fizeram ser eliminado em um dos melhores conselhos tribais da temporada. O principal deles foi ter deixado Caleb saber que ele poderia ser eliminado, sem pensar que Ciera e Katie poderiam trazê-lo para o seu lado e forçar um empate. Como todo bom alpha male, ele se deixou inebriar pelo poder e acabou sendo eliminado pela sua arrogância (e por Caleb).

Não são nove dedos, Culpepper, são dez!

14 - Kat Edorsson - "Ele não vai querer namorar com alguém que não chegou a Fusão!". Com uma declaração semelhante a essa, Kat marcou a sua segunda passagem por Survivor. Acabou sendo eliminada por um momento infeliz de paranoia. Dessa vez, foi só relevante como a "Namorada de Hayden", infelizmente.
13 - John Cody - O doutor John pecou por confiar demais em Brad Culpepper e lidar mal com a questão da pista do Ídolo de Imunidade. Ao invés de contar para todo mundo ou mentir melhor ou não falar com ninguém da pista, ele acabou contando para os homens, porém começou a procurar sozinho, despertando a desconfiança de Brad e do resto da aliança. O resto da história já conhecemos. John e Candice formaram o casal da RI que resistiu um bocado. No fim da RI pré-fusão, John foi derrotado.
12 - Laura Boneham - A esposa de Rupert foi uma das surpresas positivas da temporada, não como jogadora (como ficou claro no episódio de sua eliminação, em que ela falou com Vytas na frente de todo mundo da Galang que ele seria eliminado e que amava ele e no fim das contas Tina e suas bluecaps resolveram eliminá-la), mas como personagem, com a sua adorável falta de noção para lidar com uma tribo de retornantes de Survivor. De certa forma, a experiência de Laura foi única. Ela foi uma das poucas Survivors que viveu em uma tribo com a maioria absoluta de retornantes. E pra uma novata sem noção, ela foi um bocado bem, até ela fazer a cagada fatal.
11 - Aras Baskauskas - Foi legal ver a relação de Aras com o irmão, talvez um dos pontos altos da temporada. Achei que ele tentou fazer a mesma coisa que em Panamá, ser a voz da razão na Galang. O problema é que ao invés do hospício da Casaya, Aras encarou pela frente alguns jogadores com relativa experiência e bem mais preparados para o jogo. Ele cometeu alguns erros cruciais por conta disso e pela arrogância que ele desenvolveu ao longo da competição. Eu passei a gostar mais de Aras após rever Panama e mantenho a minha opinião: um bom jogador extremamente subestimado. Mas sua segunda passagem pelas Filipinas não foi tão brilhante como a primeira.
10 - Vytas Baskauskas - Ele foi uma das principais figuras da temporada pela visão de Probst e cia. Ao lado de Ciera (lembro da cena da premiere em que ele e Ciera estão conversando sobre as suas experiências de vida, momento aquele de vital importância pois nos apresentou os dois e indicou qual seria a storyline deles na temporada: a de redenção), um dos protagonistas da temporada. Ele esteve na maior parte dos meus power rankings da temporada por bons motivos, demonstrando em diversos momentos como ele era bom para manipular as pessoas a gostarem dele. Sim, ele acabou se dando mal por causa de Aras. Mas me pergunto se em outro cenário se ele não iria mais longe. Jeff Probst fez a famosa pergunta a ele: "Você aceitaria voltar?" e ele respondeu que sim, ou seja, teremos Vytas em mais uma temporada.
9 - Caleb Bankston - O noivo de Colton se revelou outra boa surpresa. Ele é um bom jogador e isso ficou demonstrado quando ele forçou o empate que eliminou Brad Culpepper. Ele foi esperto o suficiente para perceber que ele estava no fundo da aliança liderada pelo marido de Monica e que mais cedo ou mais tarde, se daria mal. Caleb demonstrou uma calma que é fundamental para um bom jogador de Survivor. Eu sei que a audiência quer um pacote completo: Rob Cesternino, Jonny Fairplay, grandes jogadores que são ótimos entertainers. Mas isso é extremamente raro. No fim das contas, paciência e capacidade de adaptação são duas das características mais importantes para um bom jogador de Survivor. E Caleb teve as duas. Infelizmente, ele acabou sendo vítima da escolha errada de Ciera.
8 - Katie Collins - A filha de Tina foi uma das figuras mais desinteressantes da temporada. De relevante para mim ela só teve a cena em que as unhas dos dedos do pé dela aparecem caindo, ainda na Tadhana pré-twist.
7 - Hayden Moss - Grata surpresa da temporada. Eu não vi a temporada dele no BB americano toda, mas não havia visto nada demais no homem. Porém achei que aqui em Blood vs Water ele foi muito bem. O mesmo discurso que eu fiz sobre Caleb vale para Hayden. Ele não é uma grande personalidade, mas ele é extremamente carismático a ponto dos jogadores dentro do jogo confiarem nele. Foi legal ver o espírito de luta dele depois do voto no F7. Muito da magnífica cena da PURPLE ROCK se deve a pressão que ele fez sobre Ciera, e a isto sou eternamente grato ao namorado da Kat. Fora a sacada ótima que ele teve quando Tyson descobre por Ciera que Hayden e Caleb o estão traindo e o sr. Moss tem a bela sacada de negar tudo e reverter a mesa contra a filha de Laura Morett. Uma pena que não adiantou. Só um grande jogador como ele teria essa sacada.
6 - Laura Morett - Ela merece um destaque pelo drama familiar que ela teve de lidar ao longo do jogo e pelo fato de ter ido tão bem na RI. Impressionante a quantidade de vitórias e o seu desempenho nos Desafios. Na derrota para Tina, ela já tinha se desequilibrado com o vaso com poucos minutos de Desafio e ainda assim resistiu um bocado. Destaque também para o corpo de Laura aos 43 anos. Que gostosa, hein?


          
       
5 - Ciera Eastin - Sem dúvida, Ciera deu ao público o que Probst esperava quando ele elogiou ela nas entrevistas pré-temporada. Não há como negar que a história dela dentro do jogo é interessante: ela começou como uma novata fracote e sem poder, foi salva por Caleb no blindside que mandou Brad para a RI, foi conquistando a confiança de Tyson e Gervase na Tadhana pós-twist, chegou a Fusão e ajudou a eliminar Aras num episódio em que ela poderia ter sido eliminada, eliminou a mãe em um dos momentos mais marcantes da temporada, traiu os seus companheiros de tribo originais, forçou uma PURPLE ROCK até ser eliminada no F5, fora vitória em Imunidade. Como diria Jonathan Penner, essa é uma grande história. Se eu acho ela uma grande jogadora? Não. Acho que ela cometeu alguns erros, como ter seguido com Tyson e recusado um F3 apalavrado e um cenário no qual ela teria muito mais chances de ir para o F3 (mesmo com Hayden e Caleb inseparáveis). Mas não há como negar uma coisa: ela é uma personagem interessante, por mais que ela não arranque suspiros de mim. 
4 - Tina Wesson - Ela me impressiona. A vitória final na RI é a prova da força que esta mulher tem. Quando digo força aqui não é a física (embora ela esteja em plena forma), mas a mental, a de personalidade (ou a espiritual, como queiram). O carisma que essa mãe de 52 anos exala ainda na tela é impressionante. Ela não mais a mesma de Australian (até porque o programa também mudou), mas me impressionou como ela ainda é boa nesse jogo. A eliminação de Laura Boneham e a manutenção de Vytas foram provas disso. Sim, ela cometeu pecados, como a ameaça vazia contra Tyson e sua aliança depois do blindside em Aras. Mas ela continua sendo uma força a ser reconhecida nesse jogo, ao finalmente conseguir apagar o fracasso em All Stars.
3 - Gervase Peterson - Sou suspeito para falar dele, pois eu gosto dele em Borneo. Acho que aqui, com tantos anos depois, em uma temporada e tribo que ninguém sabia jogar o jogo (a não ser, é claro, sacanear Jeff Probst em Conselhos Tribais), Gervase foi bem. Sim, ele não teve a coragem de se livrar de Tyson quando necessário. Além disso, faltou a ele tato e sensibilidade em diversos momentos, especialmente quando ele comemorou a vitória de forma ostensiva na primeira Imunidade, causando a eliminação da sobrinha, bem como os berros desnecessários contra oponentes em Conselhos Tribais. Mas pra um cara cuja a grande estratégia social era jogar cartas com a galera, Gervase foi bem. Infelizmente, seu personagem foi bem chato desta vez.
2 - Monica Culpepper - Eu estava discutindo com um velho amigo deste blog no orkut (Andrews) sobre o porquê de Monica ter sofrido tanto ao longo do jogo. Pra mim isso é fruto de baixa estima por ela própria. Monica deve ter sofrido (e provavelmente ainda sofre) para provar que é uma mulher de valor em uma família em que o parceiro é um grande jogador de futebol, o homem da casa, o esteio da família, enquanto ela cuidava das crianças. Monica fala disso inclusive em um depoimento pré-jogo: "Survivor é uma coisa minha. É o meu jogo, não o de Brad.", ela disse, ressaltando que o marido deveria ouví-la, pois ela era a jogadora de Survivor, não ele. Confesso que Monica não é uma das minhas personagens favoritas da temporada, mas a posição dela era complicada. No momento em que ela decidiu seguir com Tyson e Gervase, o jogo estava perdido para ela. Hayden e Ciera, especialmente, foram felizes ao explorarem essa fraqueza na personalidade dela.
1 - Tyson Apostol - O vencedor de Blood vs Water foi sem dúvida o melhor jogador dessa bagaça. Eu confesso que eu sou mais fã do Tyson babaca, que esculhambava Sierra porque queria, do bobalhão que fazia merda em Tocantins. Em H vs V, ele foi marcado por cometer uma das maiores burradas da história do show, se eliminando. Aqui ele conseguiu se superar e embora de vez em quando cometesse alguns erros (como mandar Katie se sentar no Júri após a sua eliminação), ele foi muito bem e esteve no controle do jogo pela maior parte do tempo. Venceu Desafios quando precisava e mesmo com um braço quebrado, conseguiu ser dominante em termos estratégicos, achando inclusive dois Ídolos de Imunidade. Muita gente não é fã do bobalhão loiro, mas sem dúvida é uma história digna do selo de aprovação de Jonathan Penner.

  Mais uma temporada termina e embora ela não seja totalmente do meu agrado, Blood vs Water foi um show divertido de assistir. Eu sei que um bocado de gente não irá concordar com muita coisa do que eu falei aqui. Eu ainda acho que apesar das muitas coisas que aconteceram ao longo da temporada, que felizmente contrariaram as espectativas negativas minhas e de muitos, acho que pode-se (e deve-se) criticar muito da postura da direção do programa (incluo aqui Jeff Probst), com atitudes ditatoriais e que demonstraram que eles não ouviam mais os fãs. A boa Reunion dessa edição (mesmo com Cochran) se deve muito a pressão realizada por nós fãs e até ex-Survivors (dos quais destaco Eric Reichenbach e Corinne Kaplan, de Caramoan) em reação a ridícula e triste Reunion da última edição. As críticas constantes ao programa não só nessa temporada, como nas últimas, são de alguém que ama este show, que gasta horas pesquisando, vendo episódios antigos, lendo textos de sites e facebooks e twitters e orkuts, e que dedica uma parte do seu tempo a um blog do qual tenho muito orgulho em manter. Quem discorda das opiniões proferidas aqui sabe que pode rebatê-las aqui no blog e lá no orkut. Survivor é o meu reality show favorito e é algo que eu adoro discutir e conversar. Espero que ano que vem, independente de Chefias, retornantes e outras coisas, tenhamos duas boas temporadas de Survivor e discussões produtivas e construtivas, como sempre temos neste espaço. Um abraço e até o ano que vem!