sábado, 4 de fevereiro de 2012

Quem quer ser um aprendiz?

Gabriel, seu blog é terrível! YOU'RE FIRED!

  Na primeira vez que eu ouvi falar do formato Aprendiz de reality show foi o daqui do Brasil, apresentado por Roberto Justus. Confesso que era meio discrente em relação ao programa, pois na minha opinião ninguém superaria o mestre Silvio Santos em sua genial e delirante Casa dos Artistas. Porém, após ver alguns episódios, passei a de fato ignorar o programa de fato. Porém, achei alguns coisas nele bastante interessantes. Eu gostei de Roberto Justus como o apresentador, dando aquele tom necessário ao programa de seriedade e autoridade que um líder nessa área de trabalho precisa ter. Achei que ao contrário do formato Big Brother, em que as pessoas ficam parados 24 horas sem fazer nada de útil, no Aprendiz as pessoas tem de lidar com os problemas profissionais de fato. Se você for mal em uma tarefa, você vai ser demitido. No final das contas, há um outro componente além do pessoal que influi na decisão da eliminação. Pra mim, que além da estratégia e do social, gosto da competição que envolve esses realities e no Aprendiz eu vejo esse aspecto ser bastante ressaltado. 
  Confesso, porém, que Roberto Justus e sua gangue não me interessaram a ponto de parar na frente da TV para assistir (a não ser a ótima paródia do show, O Infeliz, onde o Justus era satirizado pelo Tom Cavalcante).



  O interesse veio alguns anos depois, quando ouvi falar no podcast do Rob C. sobre o quanto ele adorava a edição com celebridades do Aprendiz, a ponto de não ver a edição normal lá nos EUA. Por curiosidade então, peguei na Wikipedia o elenco da primeira edição do Celebrity Apprentice, que ocorreu em 2008. Os caras da ABC perceberam que a audiência do Aprendiz normal, com um elenco composto por executivos, estava caindo. Daí eles resolveram que um elenco composto por celebridades (olha a influência do Silvio Santos aí) chamaria a atenção do público novamente como antes. Quando olhei que figuras como Gene Simmons do Kiss, Stephen Baldwin (o irmão do Alec, aquele mesmo de 30 Rock) e Lennox Lewis, aquele que tomou porrada do Tyson (não o de Survivor), estariam no show, me animei. E quando comecei a ver, não me decepcionei. Os conflitos, a tensão, a pressão por resultados, tudo o que faz esse formato Aprendiz ser bom estavam lá, com a adição de mais dois elementos que não havia observado na versão tupiniquim:

1- Donald Trump - É inegável a qualidade desse cara como apresentador. Ele é a versão exata do Silvio Santos nos EUA. Ele é carismático, autoritário e dita as regras do jogo de acordo com seu bel prazer. Ao contrário do homem do baú, porém, ele de fato decide de forma direta quem vai ser eliminado ou não. Se ele tiver que detonar as pessoas, ele fará isso sem perdão. Não digo que o Justus não fizesse isso, mas Trump apresenta o show de uma forma mais teatral e televisiva, de forma que nós conseguimos comprar os seus julgamentos, para o bem e para o mal, de forma mais convincente. Como o grande chefe, ele consegue encarnar a audiência, quando julga os seus subordinados em seu tribunal, digo, sua sala de reuniões.
2- As celebridades - Eu já falei há alguns textos na temporada passada sobre principalmente desde a era pós-Russell, como a qualidade dos elencos caiu, com as temporadas sendo focadas em apenas em poucos personagens para contar uma história principal e as estratégias que a definem. Uma coisa que eu não consegui concluir naquele texto (clique aqui) foi o fato que a mudança fundamental que já havia ocorrido de leve desde Palau e que se estabeleceu de vez no show a partir de Samoa foi o fato de que o show passou a se focar muito mais na estratégia e nos personagens que definem a estratégia principal do jogo. Survivor parou de recrutar 16 ou 18 personalidades e passou a recrutar 3 ou 4 personalidades e 15 ou 14 jogadores. Isso fez com a qualidade das histórias caísse muito, pois o que faz uma história ser melhor é qualidade e quantidade de boas tramas paralelas além da principal. Isso é uma coisa que não acontece no TCA.
  Logo na primeira edição, vemos figuras como Gene Simmons dando um show de arrogância, o esperto Piers Morgan (que hoje apresenta programa na CNN!) passando a perna em todos, Vincent Pastore tendo um dilema de um dos personagens que viveu na Família Soprano, Omarosa... A primeira temporada do TCA é uma das melhores de todos os realities que eu já vi. Destaque para a música de abertura, For The Love Of Money, do grupo The O´Jays.




  Veio a segunda temporada do show, com Joan Rivers e Annie Duke protagonizando a grande rivalidade da temporada, com o marido da Sandra Bullock (também conhecido como Jesse James) e ex-coelhinha da Playboy Brande Roderick fazendo boa figura. Destaques para a bizarra participação de Melissa Rivers, filha de Joan (a única vez que vi mãe e filha participarem de um reality show juntas), e as não menos discretas aparições de Dennis Rodman, Khloe Kardashian e Clint Black. Na terceira e quarta temporadas tivemos as participações de Sharon Osbourne, Cyndi Lauper, Mark McGreath (vocalista do grupo musical Sugar Ray) e até de Mr. Richard Hatch, vejam vocês, uma das grandes celebridades do universo Survivor. As últimas temporadas não tiveram o brilho das duas primeiras, mas ainda assim foram muito boas. Pra quem gosta de barracos, estratégias e duelos diretos entre personalidades, o TCA é um prato cheio. A partir do dia 19 de fevereiro, vou tentar acompanhar a temporada desse ótimo reality show. Uma coisa só que eles poderiam melhorar também é o tempo de duração do programa. Mr. Trump, duas horas não dá, não é não?

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